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Doença de Peyronie - Terapia por Ondas de Choque

Novo tratamento não invasivo para curvatura peniana adquirida
INTRODUÇÃO
As tecnologias minimamente invasivas vem ganhando espaço no tratamento da doença de Peyronie, principalmente nos pacientes que se encontram no início da doença (fase aguda). Dentre as novas modalidades temos a terapia de onda de choque de baixa intensidade.

Muitos trabalhos científicos tem demonstrado sua eficácia na redução da dor (quando presente), tamanho da placa (calcificação), melhora da rigidez peniana (função erétil), estabilização  da doença, parando sua progressão e melhorando a qualidade de vida do paciente.

Terapia de onda de choque na doença de Peyronie
Onda de choque de baixa intensidade sendo aplicada na placa calcificada, presente na doença de Peyronie. (foto meramente ilustrativa. Fonte: Storz)
Veja os resultados apresentados em um estudo prospectivo, randomizado, duplo cego, placebo-controlado

A First Prospective, Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Clinical Trial Evaluating Extracorporeal Shock Wave Therapy for the Treatment of Peyronie’s Disease

Palmieri A, Imbimbo C, Longo N, Fusco F, Verze P, Mangiapia F, et al. A first prospective, randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial evaluating extracorporeal shock wave therapy for the treatment of Peyronie’s disease. Eur Urol. 2009;56(2):363-9.

Gráfico mostrando melhora da dor peniana nos pacientes que fizeram a onda de choque, comparando com os que não fizeram

Gráfico mostrando melhora da rigidez peniana nos pacientes que fizeram a onda de choque, comparando com os que não fizeram
Gráfico mostrando melhora da qualidade de vida nos pacientes que fizeram a onda de choque, comparando com os que não fizeram
Gráfico mostrando melhora do tamanho final da placa (calcificação, caroço palpável no pênis) dos pacientes que fizeram a onda de choque, comparando com os que não fizeram
Gráfico mostrando ao fim de 24 semanas uma curvatura menor nos pacientes que fizeram a onda de choque, comparando com os que não fizeram
CONCLUSÃO
Atualmente a onda de choque de baixa intensidade tem seu espaço como uma forma não invasiva no tratamento da doença de Peyronie. Os pacientes que estão na fase aguda da doença (com dor e/ou piora progressiva da curvatura) são os que mais se beneficiarão com o uso desta nova tecnologia

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Saiba mais sobre as ondas de choque de baixa intensidade

O QUE SÃO AS ONDAS DE CHOQUE?
As ondas de choque são ondas acústicas que geram um impulso pressórico. Estas ondas transportam energia, quando se propagam por um meio. O grau de intensidade da máquina pode ser modulado de forma não invasiva, resultando em concentrações de energia variável no local desejado. Quando as ondas de choque são aplicadas a um órgão a onda interage com o tecido alvo profundamente e atua como uma força micromecânica transiente, que inicia várias mudanças biológicas.
ONDE AS ONDAS DE CHOQUE SÃO USADAS NA MEDICINA?
A terapia por onda de choque vem sendo estudada e aplicada clinicamente em vários campos da medicina. A onda de choque de alta intensidade é usada para realizar a quebra de cálculos, devido a sua natureza destrutiva focal, com seu primeiro uso clínico realizado em 1980. As ondas de media intensidade tem demonstrado possuir propriedade anti-inflamatória e são usadas para tratar uma variedade de doenças ortopédicas, como fraturas que não se consolidam, tendinites e bursites. A onda de choque de baixa intensidade tem propriedade angiogênica (estimula a criação de novos vasos sanguíneos) e são usualmente utilizadas para tratamento de feridas crônicas (de difícil cicatrização), neuropatias periféricas e tecido cardíaco isquêmico (com pouca irrigação sanguínea).
Onda de choque quebrando um cálculo dentro do rim (imagem ilustrativa)
COMO ELA FUNCIONA?
Quando a onda de choque de baixa frequência é aplicada à algum órgão, sua onda fraca interage com o tecido alvo profundo, onde ela causa um estresse mecânico e microtraumas, também conhecido como estresse de cisalhamento. Esta força dispara uma cadeia de eventos, que causam a liberação de fatores angiogênicos, os quais criam novos vasos no tecido tratado, aumentando o fluxo sanguíneo. Além disso parece que a onda de choque possui a capacidade de recrutar células tronco e progenitoras. Estas células possuem a habilidade de se dividirem e se diferenciarem em tipos celulares especializados. Seu papel chave no surgimento de novos vasos nos tecidos isquêmicos vem sendo amplamente pesquisado. Em estudo recente foi visto que os tecidos isquêmicos (com pouca chegada de sangue e oxigênio) liberam fatores químicos atrativos para as células progenitoras que circulam no sangue. Estas células contribuem para a reparação endotelial (revestimento dos vasos sanguíneos). Outro estudo demonstrou que a onda de choque de baixa frequência possui a capacidade de atrair e fixar células progenitoras nos tecidos. O resultado final foi o aumento do fluxo sanguíneo no tecido tratado. Outro efeito da onda de choque é a promoção da regeneração de nervos envolvidos na ereção.
Esta figura mostra os vasos sanguíneos (ramificações em preto) do membro de um animal exposto às ondas de choque. As imagens foram obtidas antes e após 21 dias do tratamento. É visível um aumento do número de vasos.
Ativação de células tronco
Outro efeito da onda de choque é a ativação de células-tronco, que estão inativas no pênis, principalmente abaixo da túnica albugínea (corpo cavernoso). A onda de choque ativa a divisão destas células, regenerando o tecido local.

Hoje a onda de choque de baixa intensidade é considerada uma terapia de células tronco.

Referência
Lin G, Reed-Maldonado AB, Wang B, Lee YC, Zhou J, Lu Z, et al. In Situ Activation of Penile Progenitor Cells With Low-Intensity Extracorporeal Shockwave Therapy. J Sex Med. 2017;14(4):493-501.

a) Pênis de um animal que não recebeu a onda de choque
b) Pênis de uma animal submetido à onda de choque de baixa intensidade

Setas brancas: Células tronco ativas (se dividindo e maturando)

APLICAÇÕES CLÍNICAS DA ONDA DE CHOQUE
Resultados encorajadores testados em modelos animais fizeram a base do conhecimento para os estudos em humanos. Vários deles demonstraram o efeito positivo da terapia de onda de choque de baixa intensidade em pacientes com isquemia severa do coração. Os achados demonstram que a onda de choque melhora a fração de ejeção (quantidade de sangue bombeado pelo coração) e reduz a dor no peito durante o exercício.

Outra aplicação da onda de choque vem sendo feita na ortopedia, para tratamento de músculos lesado e de doenças tendinosas.

No tratamento de feridas a onda de choque vem demonstrando tambémótima eficácia, acelerando a cicatrização e melhorando a isquemia presente em feridas complexas, através da sua propriedade de estimulação para o surgimento de novos vasos e consequente aumento da vascularização.

Neovascularização: Surgimento de novos vasos a partir de vasos pré-existentes

Revista Veja

Leia e entrevista do Dr. Alexandre Miranda para a revista VEJA